Localização:
O município localiza-se todo na zona intertropical. O ponto norte da cidade fica à margem direita do Rio Paraíba do Sul.
Ext. Territorial:120,9 km²
Altitude: 544 m
Habitantes: 35.023
Hidrografia: Rio Paraíba do Sul
Limites:
Norte - Potim
Leste - Guaratinguetá
Sul - Guaratinguetá, Lagoinha
Oeste - Roseira
Distâncias:
São José dos Campos - 81 km
Pouso Alegre/MG - 151 km
Ubatuba - 163 km
Rio de Janeiro - 261 km
Temperatura:
entre 9ºC e 35ºC
Clima: clima predominantemente quente, com inverno seco
História construída com muita fé
Aparecida nasceu de um milagre, quando em 1717 os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves pescaram no rio Paraíba do Sul a imagem de uma Santa Negra.
Era época de pouca pesca. Para servir um banquete ao governador de Minas Gerais e São Paulo, Dom Pedro Miguel de Almeida, que passava pela Vila de Guaratinguetá, os três pescadores lançaram sua rede ao rio. Primeiro, pescaram um corpo de imagem, sem cabeça, depois, ao jogarem novamente a rede, tiraram do rio a cabeça da imagem, que se encaixava perfeitamente ao corpo.
Depois de ser pescada por três pescadores, em 1717, a Imagem ficou em poder da família do pescador Felipe Pedroso durante 15 anos. Nessa época a imagem foi mantida na casa do pescador, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar.
A primeira capela foi construída em 1745 no Morro dos Coqueiros, hoje Praça Nossa Senhora Aparecida, que acolheu multidões durante 143 anos (1745 a 1888). Era de taipa e pilão e, por não comportar o crescente número de devotos que acorriam ao templo, precisou passar por uma reestruturação.
Foi construída, então, a segunda capela, que hoje ainda existe. Trata-se da Matriz Basílica, popularmente chamada Basílica Velha.
Inaugurada em 24 de julho de 1888, acolheu multidões de peregrinos durante 94 anos (1888 – 1982), até que o atendimento aos romeiros transferiu-se definitivamente para o Santuário Nacional, conhecido por Basílica Nova.
A cidade Aparecida emancipou-se de Guaratinguetá em 17 de Dezembro de 1928.
Aparecida, com seus 112Km², tem hoje cerca de 35 mil habitantes. Gente que vive do comércio movimentado pela fé daqueles que vêm agradecer ou pedir graças à Santa Padroeira do Brasil.
Conhecida mundialmente, a Estância Turístico - Religiosa de Aparecida recebe anualmente milhões de pessoas, vindas de todos os cantos do Brasil e exterior.
Em Aparecida existem vários prédios antigos, Seminários e Igrejas que merecem ser visitados. Os pontos turísticos também são muitos, todos com infraestrutura para atender de maneira adequada o romeiro que vem a Aparecida.
Aparecida tem 18 escolas, entre particulares, municipais e estaduais, 4 unidades de saúde, 11 igrejas e 1 autarquia municipal.
Uma terra muito santa
Foi em torno da imagem da Senhora Aparecida que a cidade ganhou corpo nos últimos séculos. Atualmente todos os moradores respiram essa fé de milhões de pessoas do Brasil todo e do exterior que se diregem para os festejos ou simplesmente pedir sua benção.
A própria Igreja Católica teve que planejar serviços e equipamentos para atender aos romeiros face à pouca estrutura da municipalidade.
Por isso, o Santuário de Aparecida se tornou uma cidade até mais importante do que onde ela está. A grandiosidade do local é tanta que, aos poucos, está encobrindo o movimento da cidade.
Cidade que se encheu de hotéis, mais de 200, e o comércio de imagens e produtos eletrônicos, chegando a mais de 2 mil lojas.
Na prática, o comércio local da cidade mudou um pouco de lugar. Esse movimento é sentido na AV. Padroeira do Brasil e Bairros próximos.
A SANTA - A imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é de terracota - argila, que depois de modelada é cozida em forno apropriado, e mede cerca de 40 centímetros de altura.
A cor acanelada com que hoje é conhecida, deve-se ao fato de ter sido exposta, durante anos, ao picumã das chamas das velas e dos candeeiros.
Segundo alguns especialistas, seu estilo é seiscentista. Após ser estudada pelo Dr. Pedro de Oliveira Ribeiro, pelos Monges Beneditinos do Mosteiro de São Salvador (na Bahia), Dom Clemente de Silva Nigra e Dom Paulo Lanchenmayer, pôde-se afirmar que a Imagem é do século XVII.
Tarefa difícil foi determinar o autor da pequena imagem, pois a mesma não estava assinada. Após longo estudo, resolveu-se atribuir a autoria a Frei Agostinho de Jesus (Monge Beneditino).
Caracterizam seu estilo: forma sorridente dos lábios, queixo encastoado, tendo no centro uma covinha, penteado, flores em relevo, broche de três pérolas na testa e porte empinado para trás.
Em 1978, após o atentado que a reduziria a quase duzentos fragmentos, a imagem foi encaminhada ao professor Pietro Maria Bardi - na época diretor do Museu de Arte de São Paulo, que a examinou, juntamente com o Dr. João Marinho, colecionador de imagens brasileiras.
A imagem da Santa foi totalmente reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, que na época era restauradora do Museu. O que muita gente não sabe é que o dia 12 de outubro, como o dia de Nossa Senhora Aparecida, foi escolhido devido a data do Descobrimento da América.
A coroação da Imagem de N.S. Aparecida como Rainha do Brasil aconteceu em 08 de setembro de 1904.
A proclamação oficial de N.S. Aparecida como Padroeira do Brasil deu-se no dia 31 de maio de 1931, na cidade do Rio de Janeiro, com a presença do Presidente da República, Getúlio Dornelles Vargas e Ministros de Estado.
O Santuário Nacional acolhe anualmente mais de 10 milhões de visitantes, oferecendo diversos serviços, que garantem conforto e segurança.
Em 1980, a Basílica Nova, maior Santuário mariano do mundo, foi consagrada pelo Papa João Paulo II, que lhe outorgou o título de Basílica Menor. Em 1983, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – declarou, oficialmente, a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional.
Faz-se importante, ainda, mencionar as datas de construção do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, popularmente
chamada de Basílica Nova: em 10 de setembro de 1946 deu-se o lançamento da pedra fundamental no local conhecido por Morro das Pitas, onde hoje se encontra o Santuário.
Corpo Diplomático.
O início do serviço de terraplenagem deu-se em 7 de setembro de 1952, mas o início efetivo da construção ocorreu em 11 de novembro de 1955, com a concretagem das colunas da ala norte.
A primeira missa no local onde se encontra o Santuário aconteceu no dia 11 de setembro
de 1946 e o primeiro atendimento aos romeiros verificou-se no dia 21 de junho de 1959.
As atividades religiosas no Santuário, em definitivo, passaram a ser realizadas a partir do dia 03 de outubro de 1982, quando aconteceu a transladação da Imagem da Antiga Basílica para a Nova Basílica . A construção conta com a Capela do Santíssimo, Capela da Ressurreição, Capela de São José, Capela do Batismo e Capela das Velas.
Em um final de semana de grande movimento, são retiradas, em média, 10 toneladas de cera derretida do local.
A construção do templo segue a linha neo-românica, com planta do arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto, também responsável pela execução do projeto, até sua morte em 1972.
A construção em forma de cruz grega lembra o símbolo do Cristianismo, sinal da Redenção, tendo Maria como corredentora.
Santuário - Tem área construída de 12.300 m2, 4 naves com 40 m de altura, com capacidade para 43 mil pessoas, e torre com 107 metros de altura. O estacionamento recebe até 2 mil ônibus e 3 mil carros de passeio.
O recorde de movimento anual do Santuário Nacional foi registrado em 2010, quando o Santuário Nacional recebeu 10.380.173 visitantes. As missas e a visitação à imagem, acontecem todos os dias das 7h às 18h .
Centro de Apoio ao Romeiro - Inaugurado em 30 de maio de 1998, tem uma completa infraestrutura para atender os romeiros. Possui 22 lojas na Praça de Alimentação; 330 lojas de comércio varejista nas quatro asas; 36 quiosques de bomboniére, lanchonetes e lojinhas; 2 fraldários; 12 blocos de sanitários com 250 sanitários; 44 bebedouros; Farmácia;
Aquário; Parque de Diversões; Terminais bancários e Ponto de Encontro.
Inaugurada em 24 de julho de 1888, acolheu multidões de peregrinos durante 94 anos (1888 – 1982), quando o atendimento aos romeiros transferiu-se definitivamente para o Santuário Nacional, conhecido por Basílica Nova.
O reconhecimento da importância religiosa e histórica do templo aconteceu, primeiramente,
em 1908, quando a igreja recebeu do Vaticano o título de Basílica de Aparecida.
Em 18 de abril de 1982, foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), como monumento de interesse histórico, religioso e arquitetônico.
A Matriz Basílica teve o altar-mor projetado na Itália e feito em mármore de Carrara em estilo neoclássico, seguindo o desenho do mosteiro Beneditino de São Sebastião, em Salvador, Bahia. Todo o alicerce do templo é feito em pedra e suas paredes e batentes das portas executados em pedras lavradas.
O templo tem sua nave central adornada com pinturas que trazem representações dos milagres de Nossa Senhora Aparecida. Nas paredes laterais, seis nichos abrigam imagens religiosas esculpidas em cedro e trazidas da Bahia no ano de 1878.
RESTAURAÇÃO - A restauração teve início em fevereiro de 2004, com a recuperação da Capela do Santíssimo, acometida por infiltrações no teto e nas paredes, num trabalho que consumiu oito meses. O presbitério e o altar-mor foram os alvos da etapa seguinte. No local, foram recuperadas todas as janelas de madeira, as peças de mármore higienizadas e limpas.
O Arco do Cruzeiro, que separa o altar-mor da nave-central também foi restaurado.
Na fase de restauro do nicho (ou camarim) do retábulo-mor do presbitério, surpresa aos restauradores: uma pintura que traz uma coroa circundada por dois anjos e ornamentada
com uma guirlanda e uma flâmula, que traz a inscrição “Ave Maria”, foi encontrada sob várias camadas de tinta. A obra tem data atribuída a 1904 pelo caráter iconográfico da pintura.
A recuperação da pintura original da Matriz Basílica foi a maior dificuldade encontrada pelos restauradores. Estava encoberta por diversas camadas de tinta aplicadas sem critério ao longo de sua história.
Foram descobertas sete camadas diferentes de tinta até finalmente ser encontrada a pintura interna original.
Na fachada frontal, o trabalho de consolidação das pedras de quartzito amarelo colocadas
em 1840, fazem parte da estrutura e da ornamentação do templo, que será pintado em sua cor original: o amarelo claro.
O teto da Nave Central já foi recuperado. O trabalho agora consiste na restauração das paredes da Nave Central e dos balaústres e portas. Permanece aberta aos visitantes, que podem acompanhar de perto, o trabalho de especialistas. Atualmente a missa das 18h é transmitida pela TV Aparecida.
Existe um mundo rural em Aparecida, mesmo que a maioria dos peregrinos não note isso. De um lado, o município faz divisa bem no Rio Paraíba do Sul, ficando do outro lado o mais novo município do Vale: Potim.
Do outro lado, após a Rodovia Presidente Dutra, depois da serra que margeia a estrada,
está o lado rural. Ali ainda estão as plantações, os produtores de leite e, mais recentemente, criadores de búfalos. É fácil encontrar os caipiras autênticos tendo saudade
de outros tempos. Na época do frio, as estradinhas que passam por ali se movimentam,
pois é uma das rotas das romarias a cavalo. Centenas deles fazem o trajeto todos os anos e param para dormir num dos mais importantes patrimônios do municípío, a Igreja do Senhor Bom Jesus do Bonfim.
O prédio teve início por volta de 1870, mas somente em 1880 foi inaugurado.
Foi construída pelo produtor de café José Pereira Barbosa. A igreja, localizada no sopé da majestosa Serra Quebra Cangalha, é réplica da Igreja do Bonfim de Salvador. O fazendeiro gastou mais de 50 Contos de Réis na construção (uma fortuna). Encomendou ao Mestre José Romão a execução do altar-mor, todo em madeira entalhada a canivete. A pintura da ascensão de Jesus Cristo, no frontal interno da igreja, é do pintor José Pinto
e retrata, em primeiro plano, José Pereira Barbosa no canto inferior esquerdo ao lado dos personagens bíblicos. No altar lateral esquerdo, encontram-se os restos mortais do fazendeiro José Pereira Barbosa.
Atualmente pode ser visitado, acompanhado do tomador de conta, que mora ali perto. O prédio está fechado, pois aguarda uma restauração que não chega nunca. Várias partes do altar já se foram e paredes apresentam trincas. Mesmo assim é um importante marco da história na região, que merece ser visitado por quem admira nossa história.
Outra opção para passeio na natureza é o Bairro dos Forros, localizado próximo à cidade, entrando pelo trevo principal, em sentido oposto. Conta a lenda que o local foi usado pelos negros alforriados durante muitos anos. Tem ainda mata nativa e trilhas para caminhada.
Os cavalos sobrevivem
Durante os meses mais frios do ano, Aparecida recebe as grandes romarias a pé e a cavalo. A tradição do cavalo vem do tempo em que não havia ônibus e automóveis. Ao contrário do que muita gente imagina, as romarias a cavalo ainda existem e a cada ano aumenta o número de participantes. Algumas romarias percorriam até semanas para poder chegar à cidade. Atualmente, calcula-se que pelo menos 10 mil cavalos chegam a cidade nas diversas romarias. Duas das maiores é a que parte de São Luiz do Paraitinga, chegando a quase mil animais, e outra que vêm de Minas Gerais, com mais de mil animais.
Antigamente as romarias paravam na cidade, descansavam dois dias e depois voltavam de cavalo mesmo. Mas atualmente isso quase se tornou impossível. Assim os romeiros chegam montados, encaminham os animais para voltar de caminhão e, depois, eles voltam
de ônibus.
A parada na cidade ficou difícil por falta de local para soltar os animais. Somente a pousada Jovimar, localizada na estrada Roseira.
Os famosos e folclóricos fotógrafos, conhecidos por “lambe-lambe” ainda estão na ativa. Só que aquelas antigas máquinas foram abandonadas. Agora eles usam uma máquina digital e fazem a foto em computador. José Benedito Freire, conhecido como Taubaté, está há 58 anos na praça e também aderiu à modernidade.
Aparecida faz este tipo de serviço. O local tem pasto, baias, alimentação e local para cuidados com o animal.