Coordenadas Geográficas: Latitude: 22º 33’ 45” S Longitude: 44º 41’ 15” W
Localização: Leste do Estado de São Paulo - Vale Histórico
Ext. Territorial: 306,6 km²
Altitude: 540 m na cidade e 2.100 na Serra da Bocaina
Habitantes: 3.859
Hidrografia: Rio Paraitinga, Ribeirão Santan, Córrego São Miguel, Ribeirão Vermelho.
Limites: Cunha, Queluz, São José do Barreiro e Silveiras
Distâncias:
São Paulo - 252 km
Rio de Janeiro - 167 km
São J. do Barreiro - 23 km
Arapeí - 53 km
Bananal - 70 km
Temperatura:
Entre 14° C e 27° C
Clima: Temperado
O pouso das areias
A história do pouso das areias tem início em 1770, na antiga povoação de Santana da Paraíba Nova, à margem da antiga Estrada Imperial, que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro. Essa comunidade passou à freguesia, em 1784, com o nome de Areias, sendo parte do território de Lorena. E assim foi, até que, em novembro de 1816, a pedido dos moradores, D. João VI elevou a freguesia à Vila de São Miguel das Areias, em homenagem ao seu filho, D. Miguel.
Estando entre os pioneiros da cultura de café no estado de São Paulo, foi em Areias que se realizou o primeiro plantio da variedade Brasilea Fulcrum.
O braço forte dos escravos contribuiu para a prosperidade das fazendas do café, que chegaram a produzir até 100 mil arrobas por ano. Essa situação atraiu muitos povoadores e, com isso, Areias se desenvolveu e desempenhou papel de destaque na história econômica e política da época.
Durante a Revolução de 1842, foi anexada à Província do Rio de Janeiro e perdeu suas garantias constitucionais. O título de cidade chegou em 1857. Areias deriva do tupi “haie”, que significa atalho.
Como testemunhas dessa época de glamour, ainda estão em pé muitos sobrados coloniais nos quais os senhores do café passavam com suas famílias os períodos das festas religiosas, como a Semana Santa e as festas de Sant’Anna e de São Miguel.
Um fato sempre destacado na história da cidade é que o escritor Monteiro Lobato viveu em Areias, após assumir o cargo de promotor público, em 1907.
Ao final de 2006, uma discussão, que já se arrastava por décadas, teve fim. A partir de um estudo do Movimento Nascentes do Paraíba, vários órgãos oficiais se empenharam na busca da real localização do ponto em que nasce o Ribeirão do Salto, formador do Rio Paraitinga, um dos afluentes do Rio Paraíba do Sul.
Por uma análise feita no local e através de cartas geográficas a comissão chegou à conclusão de que a nascente fica mesmo em Areias e não em Silveiras, como se propalava.
O Instituto Geográfico levantou a lei 8.092, de 1964, que descreve as divisas na Serra da Boa Vista. Nela, a descrição deixa claro a verdade agora aceita por todos.
No local foi colocado um Marco Georreferenciado, para marcar o local. Como ela é a nascente geograficamente mais distante da foz do Rio Paraíba do Sul, é considerada o ponto inicial desse rio. Através de satélite, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) vai monitorar a área, medindo tempo, clima e vazão da água.
O local fica em propriedade particular, na Fazenda da Lagoa, nos Campos da Bocaina.
Do local da nascente, pode-se observar todo o Vale do Paraíba e a Serra da Mantiqueira, num espetáculo de beleza e magia da natureza.
Quem desejar visitar o local deve procurar a Seção de Turismo de Areias. A viagem de 18 quilômetros é por estrada de terra e subindo a serra.
Em apenas uma rua de pouco mais de dois quilômetros, desfilam séculos de história do Brasil. Assim é a rua principal de Areias, onde cada prédio, cada porta, cada janela tem um pouco de história a contar. Por esses casarões desfilaram os barões do café, as sinhazinhas e os políticos afoitos pelo poder, onde tudo era decidido pelo valor do café.
Areias, bem no meio do Vale Histórico, foi ponto estratégico dessa região, que mandava no Brasil nos tempos áureos do “ouro negro”.
Sob a administração dessa cidade, estavam todas as outras quatro do Vale Histórico, até se emanciparem no final do século XIX.
Solar do Capitão Mor
Construída por Gabriel Serafim da Silva, recebeu o príncipe D. Pedro I, por ocasião de sua passagem para proclamar a Independência.
Conserva até hoje sua arquitetura original na parte externa.
Igreja Matriz
Sua construção foi iniciada em 1792, mas o término só aconteceu em 1874. Em 1890 já teve uma reforma. No seu interior, estão a imagem de São Miguel e do Cristo Morto, feito em madeira. Destaque para o sino maior que foi doado pelo Major Manoel da Silva Leme, em 1863. Pesa 1.100 kg, tem 1,5 metro de altura e foi importado da Bélgica.
Casario Colonial
A cidade tem em seu centro vários prédios tombados pelo Patrimônio Histórico. Destaque para o sobrado de número 35, na Rua XV de Novembro, onde residiu Monteiro Lobato.
O prédio da antiga Santa Casa, onde hoje funciona uma escola, é datado de 1825. O prédio da Prefeitura Municipal foi construído no final do século XVIII.
Capela da Boa Morte
Datada do final do século XVIII, aparece em pintura de Jean Baptista Debret, em 1827, conserva ainda os traços arquitetônicos da época. Guarda em seu interior a imagem do Senhor Morto. Praça da Boa Morte.
Fazendas
O município tem várias fazendas do ciclo do café, como a Fazenda Santo Antônio, datada do século XIX, podendo ser vista somente da estrada.
Fazenda Vargem Grande
A Fazenda Vargem Grande foi construída por volta de 1837 para produção do café. Em 1973 foi adquirida pelos atuais proprietários, reformada e construído o jardim pelo paisagista Roberto Burle Marx, incluindo uma piscina natural em sua parte central.
Desde de 2010, a fazenda foi aberta para o Turismo de Residência, recebendo os hóspedes num ambiente intimista e personalizado.
A fazenda oferece cavalgadas e passeios por trilhas na serra, contando com guias. As visitas e permanência na fazenda devem ser tratadas antecipadamente. Hospedar-se num casarão autêntico, testemunha da história do Brasil Imperial, e desfrutar da obra do mestre dos jardins Roberto Burle Marx é uma experiência única e rara. Estrada dos Tropeiros, km 257 + 4 km Tel. (12) 9729-7783 contato@fazendavargemgrande.com.br www.fazendavargemgrande.com.br
Velha Figueira
Foi um dos marcos da fundação da cidade. Sua idade se perde no tempo, mas consta que abrigava os tropeiros que iam e vinham por ali. Fica na Praça da Boa Morte.
Represa do Funil
Parte do lago da represa chega até as terras de Areias, proporcionando opções de passeios de lancha e pesca. Chega-se pela estrada dos tropeiros.
Casa do Artesão
Tem exposição e venda de artesanato e arte de 13 artesãos da localidade. Doces típicos e outros produtos caseiros. Pça Teodorico Ribeiro Coutinho, 32 -Tel. (12) 3107-1539.