Localização:
Está no Vale do Paraíba, entre as Serras da Mantiqueira e da Bocaina.
Ext. Territorial: 417,0 km²
Altitude: 524 m
Habitantes: 83.224
Hidrografia: Rio Paraíba do Sul, Rio Piaguí e Ribeirão Taboão
Limites: Lorena, Piquete, Guaratinguetá, Cunha, Cachoeira Paulista, Silveiras e Canas
São Paulo - 182 km
Rio de Janeiro - 225km
Sul de Minas - 80km
Guaratinguetá - 12km
Cachoeira Paulista - 13km
Piquete - 16km
Silveiras - 38km
Cunha - 60km
Temperatura: entre 13°C e 22°C
Clima: quente com inverno seco
Após a fundação de São Paulo em 1554, a cobiça do ouro levou os bandeirantes para o Vale do Paraíba, e quase todas as cidades existentes surgiram como necessidade de apoio às expedições. Com Lorena foi assim: nasceu em função da travessia do Rio Paraíba feita pelos bandeirantes e viajantes que iam para Minas Gerais - era o famoso “Porto de Guaypacaré”.
Uma das primeiras notícias de Lorena data de 1702, quando o capitão-mor Arthur de Sá e Menezes concedeu “provisão de mercê da passagem do rio para os passageiros de Minas”. O núcleo inicial de povoação surgiu no fim do século XVII com as “roças” de Bento Rodrigues Caldeira, junto ao porto de Guaypacaré, citadas em documentos.
Lorena não tinha este nome. Era um pequeno povoado incrustado nos sertões de Guaratinguetá, depois das roças de Bento Rodrigues Caldeira. Em seguida se tornou “Freguesia de Nossa Senhora da Piedade”, mas para os índios ela sempre foi “Guaypacaré”, que, segundo Teodoro Sampaio, é um nome tupi que significa braço ou seio da Lagoa Torta, em virtude de um braço do Rio Paraíba ali existente na época. Mais tarde, o nome original deu-se por corruptela, Hepacaré, que significa, para Azevedo Marques, lugar das goiabeiras.
Em 1718, sob a invocação de Nossa Senhora da Piedade, se constituía em Freguesia. Em 14 de novembro de 1788, foi elevada à Vila, com o nome de Lorena, por decreto do Capitão-General, então governador de São Paulo, Bernardo José de Lorena, mais tarde Conde de Sarzedas, razão porque foi dado à nova Vila o nome atual.
Algumas construções contam a história de Lorena como a ”Capela de Nossa Senhora da Piedade”, erguida por meio de doações feitas por Bento Rodrigues Caldeira, João de Almeida e Pedro da Costa Colaço, provavelmente em 1698. Anos depois foi erguida em seu lugar uma imponente catedral, com a ajuda de pessoas ilustres como o Conde de Moreira Lima e sua mãe.
Fato interessante é a localização dessa Igreja. Situa-se no local do início da povoação da cidade, ou seja, de frente para o rio Paraíba e o porto que ali existia. A mudança do leito do rio e o desenvolvimento da povoação, que se efetivou mais para o leste, fizeram com que a Igreja ficasse de costas para cidade.
Visite Lorena com muitas atenção: Primeiro presta atenção a todos os lados pra não causar um acidente. A cidade é a campeã em bicicletas do Vale. São tantas, que as ruas e calçadas são tomadas pela bikes, pois muita gente usa esse transporte devido à cidade ser totalmente plana. Além das dezenas de oficinas e materiais, existem até estacionamento pago pra quem quiser mais segurança.
Alguns moradores calculam que existam na cidade mais de 50 mil bicicletas.
O outro lado da cidade é que, no meio desse turbilhão de duas rodas, você precisa olhar pra cima, pois a cada esquina do centro aparece um prédio histórico ou uma igreja centenária.Vale parar e observar, principalmente as obras de Ramos de Azevedo.
Basílica de São Benedito - Foi construída graças ao Conde Moreira Lima e seu irmão, o Barão de Castro Lima, que pertenciam à Irmandade de São Benedito. Eles adquiriram um terreno, na então Rua da Princesa Imperial (hoje Rua Dom Bosco), para construir o templo. Com a ajuda da família e da população, no dia 25 de novembro de 1873, Dom Lino Duarte Rodrigues de Carvalho, Bispo da Diocese de São Paulo, veio a Lorena para lançar a pedra fundamental do templo. Pouco mais de 10 anos depois , em 16 de fevereiro de 1884, o templo foi sagrado pelo mesmo Bispo. O arquiteto foi o francês Peyronton, encarregado também do palacete dos Barões de Itapeva em Pindamonhangaba. A Basílica foi construída em estilo gótico e as imagens, paramentos, pratas e alfaias importadas da Europa. O altar de mármore branco de carrara foi esculpido pelo artista italiano Alexandre Manfredi.
Em 03 de março de 1890, os padres salesianos chegaram e, desde então, se responsabilizaram pelo Santuário. Ao lado do templo, foi erguido um chalé para os sacerdotes. O conde e a condessa de Moreira Lima estão sepultados sob o altar-mor do templo. A condessa faleceu em 1895 e o conde em 1926. Uma curiosidade é que, quando do término da igreja, a margem de As Benedito não tinha chegado da Europa. Então resolveram pintar de preto um Santo Antônio e colocar no altar. Meses depois, quando, chegou a imagem, resolveram não mexer, e ai colocaram o São Benedito na porta da Igreja, onde está até hoje. ( Fonte - Prof. José Geraldo Evangelista).
Igreja Matriz - Durante dez dias, os lorenenses realizam a festa de Nossa Senhora da Piedade, padroeira da cidade. Shows católicos, novena, missas e a tradicional procissão realizada no dia da Padroeira, 15 de agosto, que percorre as principais ruas da região central, marcam a festa, que existe há mais de 100 anos. A Igreja de Nossa Senhora da Piedade está aberta para visitação de segunda a sábado, das 6h às 11h e das 14h às 19h. Já no domingo, das 5h30 às 13h30 e, no período da tarde, às 17h30. A Igreja fica na Praça Baronesa de Santa Eulália-S/N, Centro.
A 1ª era uma pequena capela de pau-a-pique, construída por volta de 1705, e que era filiada à Igreja Matriz de Santo Antônio da Vila de Guaratinguetá. Ao redor dessa capela começaram a agrupar-se os primeiros moradores da futura Freguesia da Piedade. Os bandeirantes vinham de Taubaté pelo Rio Paraíba, até o Porto do Guaypacaré, e seguiam rumo a Mantiqueira para a “terra do ouro” (Minas Gerais). Frei Agostinho de Santa Maria fala a respeito do Santuário da Virgem Nossa Senhora da Piedade: “Este santuário está situado em huma Aldea, ou povoação, que he o porto aonde desembarcão as canoas, & se chama Guaypacaré, porto muyto freqüentado, de todos os que passão às minas & vem das Minas” (...).
“Vão primeiramente a buscar o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, a pedir-lhe, que ella os acompanhe, & favoreça, & os livre de todos os perigos, que se encontram naquelas suas ambiciosas jornadas.” (Pasin, 2004, p. 97)
Em 1718, o arraial do Porto de Guaypacaré foi elevado à Freguesia de Nossa Senhora da Piedade e a Igrejinha elevada à Matriz, dando lugar a uma igreja maior. E seus moradores empreenderam esforços para a sua construção. João de Almeida Pereira, Pedro da Costa Colaço e Domingos Machado Jácome doaram cem braças de terra.
Em 14 de novembro de 1788, o governador da Província de São Paulo, Capitão-General Bernardo José de Lorena (o Conde de Sarzedas) elevou a Freguesia à Vila, colocando o seu nome no pelourinho que foi construído na atual Praça do Rosário e onde se localizava o prédio da Câmara e Cadeia. Em 1813 é inaugurada e benzido a Igreja de N. S. do Rosário, que recebe os ofícios divinos para as celebrações, pois a Igreja Matriz se encontrava em ruínas. A Igreja de N. S. do Rosário serviu de Matriz por aproximadamente 30 anos. E o povo se lamentava pelo seu velho templo, já que o Governo não demonstrava boa vontade em reconstruí-lo.
Então, quando é dada a autorização à Vila de Lorena para tornar-se cidade (24 de abril de 1856), seus moradores resolvem construir uma nova Matriz com seus próprios recursos. Essa era a 3ª construção e esse novo templo ficou inacabado.
O projeto de construção da atual Catedral de Nossa Senhora da Piedade foi desenvolvido pelo Arquiteto e Engenheiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo, o mesmo que projetou o Teatro Municipal de São Paulo. Foi inaugurada em 01 de janeiro de 1890. A pintura foi modificada ao longo dos anos.
Praça Baronesa de Santa Eulália - Nessa Praça encontra-se a atual Câmara Municipal (que foi construída no terreno onde havia um casarão que foi adaptado para abrigar o 1° Grupo Escolar de Lorena, o “Gabriel Prestes”, entre 1895 e 1952); O Solar dos Azevedos, que pertenceu aos Barões de Santa Eulália, pais do Dr. Arnolfo Azevedo, é tombado pelo CONDEPHAAT e tem casas que são tombadas pelo COMPHAC.
Asilo e Casa dos Pobres de São José - O Conde de Moreira Lima idealizou, junto com o Conde José Vicente de Azevedo, a construção de um asilo para ex-escravos e idosos.
Em 11 de dezembro de 1904 foi lançada a pedra fundamental de construção. No mesmo haveria um complexo para atender inválidos e casas para os pobres, sob a invocação de São José.
O Dr. José Vicente de Azevedo doou um terreno de 61 m X 50 m de frente para a Praça Conde de Moreira Lima e fundos com o Ribeirão Tabuão, no valor de 3.000.000 réis. Sua obra ocuparia toda a frente da praça. O asilo só foi inaugurado oficialmente em 1927, uma ano depois do falecimento do Conde Moreira Lima. Hoje a construção encontra-se muito decadente e abandonada, precisa ser tombada e restaurada para voltar a servir à população.
Biblioteca Municipal de Lorena - Localizada na Praça Conde Moreira Lima, a Biblioteca Municipal de Lorena foi fundada em Outubro de 1876 e atualmente possui um acervo de 40 mil livros, sendo seis mil deles da Biblioteca Infantil denominada “Monteiro Lobato”. Nela se encontra também o Arquivo Histórico Municipal.
Estação Ferroviária- Construída pela estrada de Ferro de São Paulo e Rio de Janeiro. O primeiro trem de passageiros aqui chegou em 12 de julho de 1877. Em 1908 foi inaugurado o ramal para Piquete, atingindo a Fábrica de Pólvoras.
Atualmente a Praça da Estação abriga a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turístico, além do Espaço Cultural “Carlos E. Marcondes” onde são apresentados eventos culturais de toda a região.
Igreja Nossa Senhora do Rosário - Inicialmente construída por meio de donativos, era chamada de Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, pois o terreno onde esse santuário foi edificado partiu de uma doação feita pelo Sr. Manoel Francisco da Costa aos negros da irmandade de Nossa Senhora do Rosário da Villa Lorena, que reivindicaram uma capela pública para nela exercerem suas atividades eclesiásticas.
A capelinha foi construída em pau-a-pique em 1803, sob a direção e cuidados do Capitão Gregório José dos Santos. Foi inaugurada e benzida 1813. Serviu de Matriz por mais de 30 anos. Não resistiu ao tempo e, na ocasião que F. de Paula Ramos de Azevedo esteve em Lorena para a construção da Catedral (1890), foi solicitada ao mesmo a planta para a construção da nova igreja. A nova igreja só foi finalizada em 1919 pela doação de grande quantidade de dinheiro da Sra. Odila Machado Coelho. A igreja está localiza na praça onde foi erigido o pelourinho e onde funcionava a Câmara (e antiga Cadeia) da cidade, prédio este que foi demolido na década de 1980.
Solar Conde Moreira Lima - Casa da Cultura - Acredita-se que o Solar Moreira Lima começou a ser construído entre 1852 e 1856 por Joaquim José Moreira Lima, pai do Conde Moreira Lima. O solar tem o estilo neoclássico de construção (modelo que vigorou no séc. XIX e que imita os padrões da arte clássica greco-romana da antiguidade: colunas, arcos, frontões, cornijas, platibandas, muito mármore nas sacadas, escadarias e esculturas e pinturas do estilo renascentista italiano, com equilíbrio da composição e harmonia das cores).
O Solar Moreira Lima teve como hóspedes, no dia 5 de novembro de 1884, a princesa e condessa Isabel e seu marido, o conde D’Eu. Ambos foram recebidos em Lorena com recepção popular. Como o conde Moreira Lima não teve filhos, deixou grande parte de seu patrimônio para a Santa Casa de Misericórdia, conforme está escrito em seu testamento.
A casa da Cultura foi criada em 15/09/1962, e sua sede passou a ser o Solar Conde Moreira Lima na ocasião do tombamento. O mesmo é hoje sede da Secretaria Municipal de Cultura e tem como patrono o poeta lorenense Péricles Eugênio da Silva Ramos. No local são realizados diversos eventos culturais, educativos e cursos. O imóvel ainda pertence à Santa Casa de Misericórdia e a Prefeitura Municipal paga aluguel para utilizá-lo.
Palacete Veneziano - Construído em 1919, o Palacete Veneziano, que pertenceu, entre outros, ao Deputado Machado Coelho, foi adquirido em 1952 pelos padres Salesianos da Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, atual Unisal. No terreno ficava a antiga residência do barão de Castro Lima.
Floresta Nacional - Foi erguida pelo trabalho humano por meio de um projeto de reflorestamento que teve origem há 80 anos, quando ninguém falava em ecologia ou em preservação ambiental. Hoje, 250 hectares de Mata Atlântica original ocupam o lugar dos antigos campos de arroz. A floresta abriga também uma unidade do Ibama, que tem o único centro de triagem de animais apreendidos no Estado de São Paulo.