Localização:
Porção central do vale médio do rio Paraíba do Sul - Vale do Paraíba
Ext. Territorial: 176 km²
Altitude: 645 metros
Habitantes: 13.942
Hidrografia:
Rio Piquete e ribeirões Sertão, Benfica, Passa Quatro, Limeira, Itabaquara, Jaracatiá
Limites: Lorena, Cruzeiro, Guaratinguetá, Cachoeira Paulista, Delfim Moreira, Marmelópolis
Distâncias:
São Paulo - 200 km
Rio de Janeiro - 243 km
Lorena - 20 km
Cachoeira Paulista - 25 km
Cruzeiro - 28 km
Temperatura: Média anual de 22ºC
Clima: Temperado
Por volta de 1740, o Capitão Lázaro Fernandes, morador na freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Guaypacaré abriu uma picada pelas suas terras até as minas de Itajubá.
Com a grande movimentação das minas, aumentava a abertura de caminhos clandestinos para burlar o fisco, provocando grandes prejuízos à Coroa. Com a intenção de coibir o contrabando, uma comitiva de autoridades mineiras dirigiu-se para o caminho aberto por Lázaro Fernandes e ali instalou, em 1764, um Registro local de parada obrigatória para todos que por ali transitassem. O Registro contava com um posto oficial, um rancho onde se pesavam as mercadorias e um piquete para prender os animais e garantir a segurança do posto. O posto era conhecido como “o lugar do piquete”.
Com o aumento do povoamento da Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Guaypacaré, o local é elevado à categoria de Vila, recebendo o nome de Lorena. O bairro do Piquete, em Lorena, era movimentado pelo tráfego da estrada da serra do Itajubá e se destacava pela produção cafeeira. Em 1872 o bairro foi elevado à freguesia e, em 1891, se tornou Vila Vieira do Piquete.
Com a crise do café, a Vila sofria com falta de recursos. Nessa época, foi cogitada a instalação no Brasil de uma fábrica de pólvoras sem fumaça. Também era intenção do Exército construir um sanatório militar.
Em 19 de dezembro de 1906, a Vila Vieira é elevada à categoria de cidade, com o nome de “Vieira do Piquete”. Em 1909, acontece a inauguração da Fábrica, que construiu também vilas residenciais para operários e mestres, além de clubes sociais, hospital, farmácia, cantina, cinema e o departamento de Assistência Educacional. Em 1977, a fábrica tornou-se uma empresa mista, a Imbel.
A pequena Piquete fica em um vale, bem ao pé da Serra da Mantiqueira. Viveu sua glória com a instalação da Fábrica Presidente Vargas, pelo Exército Brasileiro. Tanto que muitas dessas marcas estão em pé, conservadas pelo exército, como atração turística e arquivo histórico cultural. Várias delas podem ser vistas com visitas agendadas.
É a história do Brasil ao vivo, tendo até a simpatia do Saulo Caetano, que conta toda a história do lugar, bem como a recuperção de todos os equipamentos e móveis, realizada por ele. Na cidade, as antigas igrejas e um bom papo nas pracinhas faz parte do roteiro.
No setor de turismo da Prefeitura, no Portal, pode se informar sobre as atrações e também obter informações sobre o grupo de tropeiros dali, que sempre estão realizando eventos. Para os aventureiros, várias opções, sendo a principal sair em direção ao bairro dos Marins, de onde pode-se caminhar até o Pico dos Marins. Tudo com guia especializado. Subindo a estrada que vai para Itajubá/MG, bem na divisa, chega-se ao local onde existe uma pista para saltos de asa delta. Vale uma visita, pois o visual é impressionante. De volta à estrada siga um pouco depois da divisa e aprecie uma boa água mineral numa barraquinha de doces.
Igreja São Miguel das Almas - Antiga matriz da cidade, construída em 1891, em homenagem ao santo.
Igreja Nossa Senhora das Dores - Conhecida como Igreja das Almas, pois fica junto ao cemitério da cidade. Foi construída em 1891 e permanece com sua arquitetura original e decoração com quadros da Via Sacra.
Memorial Rodrigues Alves - No local funcionou a usina hidroelétrica da Fábrica Presidente Vargas construída pelo Exército Brasileiro. O museu tem equipamentos e documentos da Usina e da Fábrica. Foram recuperados pelo artista Saulinho. De seg. a sexta das 9h às 11h30-13h às 16h.
Estação Estrela do Norte - Construída em 1906 para atender a Fábrica Presidente Vargas. Atualmente tem uma locomotiva que pode ser visitada.
Estação Rodrigues Alves- Construída também no começo do século passado para atender a população e cargas. O prédio permanece em sua originalidade.
Pórtico - Construído em 1955 para funcionar como portaria da Fábrica Getúlio Vargas e entrada da Vila Militar. Atualmente está a primeira casa da fábrica aberto, com fácil visibilidade da rua.
Casa 1 - Assim denominada, pois foi a primeira construção da fábrica. Fica bem na entrada, sendo aberta à visitação.
É na Vila Eleotério que se expandiu a população afrodescendente, vinda do vizinho bairro da Raia, bairro que recebeu muitos escravos libertos após a abolição da escravatura.
Ali formou-se o Jongo de Piquete, Um Novo Olhar, que a partir de 2009 tornou-se Ponto de Cultura. Participam do grupo crianças com menos de 3 anos a adultos acima dos 60, cerca de 60 jongueiros estão revivendo pontos e passos preservados pelos mais velhos, ao som do tambu e do candongueiro. O grupo se reúne publicamente nas ruas da Vila Eleotério nas noites de quinta-feira, caso não chova.
A dança - O Jongo é uma dança de origem africana e tem atravessado séculos com provas de sua força e vitalidade. No centro da roda, um solista improvisa canções baseadas em situações do cotidiano ou canta "pontos" tradicionais, que são respondidos em coros pelos participantes, numa combinação de batuque, canto e dança.
A cultura do Jongo é oriunda das relações de sociabilidade que os escravos estabeleceram, principalmente, nas fazendas de cana e café, onde eram proibidos de falar uns com os outros. Assim cantavam e dançavam Jongo à noite. As letras eram utilizadas para comunicar coisas importantes e para mostrar o que tinha acontecido durante o dia ou que poderia acontecer no dia seguinte.
O famoso samba carioca teve sua origem no jongo, que assim ficou conhecido como o samba de raiz.
Em novembro de 2005, o Jongo foi registradono Livro das Formas de Expressão como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Quem vai a Piquete não pode deixar de conhecer sua região mais bela. Saindo da cidade em direção a Minas Gerais, rodando um quilômetro, entra-se à direita, na Estrada dos Marins. É toda asfaltada, porém cheia de curvas. Por isso, todo cuidado é pouco.
Logo no começo está a tirolesa do Dragão. Rodando mais um pouco, vai-se descobrindo as atrações. As cachoeiras e ribeirões estão à beira da estrada, com entrada liberada.
Para quem quer algo mais cuidado, estão ali a Fazenda Santa Lídia e a Fazenda Mundo Novo, onde está a maior cachoeira do município, a Jaracatiá. O local tem pousada e restaurante para grupos. Chegando no bairro, com casinhas e capela incrustados nas escarpas da serra, as atrações se multiplicam. Conheça o divertido Seu Francisco, que ainda faz artesanalmente rédeas e outros equipamentos para cavalos, tudo em crina de cavalo. Uma arte difícil de ser encontrada.
O Cantinho Histórico dos Marins, então, é imperdível. Seu Lucas passou a vida “catando velharias”, como dizem alguns. Acabou formando um museu de mais de 500 peças usadas na roça. Muitas ele comprou, mas outras vai ganhando dos amigos que sabem de seu trabalho.
O local tem desde uma simples peneira até moinho de pedra em pleno funcionamento. Vale ainda sentar numa sombra e ouvir as histórias do Seu Lucas.
Mais um pouco de estrada e chega-se a Base dos Marins. Ali pode-se contratar guias e ter toda a assessoria para enfrentar uma caminhada até o Pico dos Marins, com 2.420 metros, despontando majestoso acima do bairro. Segundo os especialistas, a melhor época pra aventura é de maio a setembro.
Cantinho Histórico dos Marins - Museu de peças antigas. Mais de 200 peças catalogadas. De segunda a sábado das 8h às 17h e domingo das 8h às 13h. Sítio Nossa Senhora Aparecida, Bairro dos Marins.
Fazenda Santa Lídia - Fazenda datada de 1832, possui um casarão e uma senzala conservados, além de ruínas de construções antigas, roda d’água e terraço de café.
A mania de colecionar antiguidades deu a Saulo Caetano da Silva, mais conhecido na cidade como Saulinho, um jeito de viver. Junta madeiras usadas onde esculpe desenhos em relevo e junta peças antigas de seu acervo, recriando o uso de peças da industrialização do país. Graças a essa sua habilidade, foi parar no Museu Rodrigues Alves, onde continua buscando peças antigas, restaurando e colocando à disposição de turistas, estudantes e pesquisadores.
Rodando pela cidade, pergunte sobre o Taioba. É um daqueles homens ainda dedicados ao tropeirismo, mesmo não existindo mais. Taioba, em seu rancho, preserva a tradição com os apetrechos dos animais e , lógico a boa comida. Ele e seus amigos fazem apresentações de tropas através de convites.