Localização: Região leste, Vale do Paraíba.
Hidrografia: Rio Paraíba do Sul, Monos, Putim, Gomeatinga, Barretos e Pedras
Extensão Territorial: 270 km²
Altitude: Média 800 m
Habitantes: 13.877
Limites: Paraibuna, Jacareí, Guararema e Salesópolis
Coordenadas Geográficas: Latitude S 23º 24’ 00” Longitude W Gr 45º 53´00”
Distâncias:
São Paulo -91 km
São José dos Campos - 33 km
Jacareí -15km
Guararema -19 km
Paraibuna - 49 km
Salesópolis - 35 km
Temperatura: Média anual de 17,5º
Indícios históricos permitem afirmar que no decurso de 1820, quando neste trecho do estado eram conhecidas poucas vilas, e mesmo estas em estado primitivo, já havia moradores no território agora ocupado pelo município de Santa Branca.
É sabido que o local foi pouso de tropeiros por muito tempo. Por ali passavam os viajantes vindos do Litoral Norte, via Paraibuna,
com destino ao Planalto de Piratininga e vice-versa.
Ao redor de suas habitações, outras foram surgindo até que, atendendo aos rogos de José Joaquim Nogueira, homem progressista e ousado, o velho Domingos de Brito Godoy concordou em doar um trecho de suas terras, a partir do ponto em que morava, rumo a uns terrenos ligeiramente montanhosos, para a construção de uma capela em homenagem a Santa Branca. O primeiro registro sobre a vila aparece em 22 de maio de 1832, com a autorização do então Bispo Diocesano D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade para a construção da capela. Foram nomeados Bibiano José Nogueira e Antonio Joaquim Mariano como juiz de paz e escrivão. DeviPouso da Santa fez fama com branquinha
do a isso, 22 de maio ficou sendo a data comemorativa de fundação de Santa Branca. Somente em 11 de dezembro de 1839, foi criado o Curato de Santa Branca, permitindo que se fizessem os registros de nascimentos, casamentos e terras. Com a chegada do café, várias fazendas foram sendo construídas e a economia da aldeia crescendo, atraindo famílias importantes para o local.
Em 8 de fevereiro de 1841, é passada a Freguesia a Capela de Santa Branca, localizada no município de Jacareí. Pela Lei Provincial nº 1, de 5 de março de 1856, foi criada a Vila de Santa Branca, com território ligado a Jacareí, sendo sede municipal e categoria de cidade pela Lei Nº 80, de 25 de agosto de 1892.
Com a queda do café, o município também estagnou, voltando a ter novo alento a partir da década de 50 com a construção da Represa de Santa Branca. Sua população, que era numerosa no final do século, chegou a apenas 8 mil pessoas por volta de 1980.
Andar pelas ruas centrais de Santa Branca, conhecida como “Cidade Presépio”, é fazer uma viagem ao passado, com muita beleza colonial e os marcos da pujança histórica do município.
Chamam a atenção as construções em estilo colonial, que serviam de moradias aos barões do café. Várias dessas casas estão ainda conservadas, principalmente pela Prefeitura Municipal, que adquiriu dois desses prédios no centro da cidade, reformou-os e instalou o setor de Educação e a Casa da Cultura. Neste último prédio, escavações em seu porão trouxeram a tona rastros dos antigos habitantes. A casa que chama mais a atenção é onde está localizada a Câmara Municipal da cidade. Ela é datada do começo do século XIX, e foi construída pelo legendário Ajudante Braga. José Ferreira Braga nasceu em 1805 em Jacareí, mas logo mudou-se para Santa Branca, onde fez história e riqueza. Foi homem influente na política e, por isso mesmo, tinha grande prestígio entre os moradores.
A igreja Matriz, dedicada a Santa Branca, é datada de 1828, construída em taipa de pilão e decoração interna em pinturas feitas a mão. A Igreja do Rosário é datada de 1869, também em taipa de pilão, com duas torres. As duas igrejas já sofreram reformas, mas chamam a atenção, principalmente, pela decoração dos altares, feitos e pintados a mão.
O rastro do café ainda pode ser visto na zona rural de Santa Branca, depois de quase 200 anos. O município foi um dos últimos produtores do Vale do Paraíba, do ciclo do café no século XIX. Mesmo assim a lavoura fez história, com a construção de pelo menos
20 grandes fazendas em estilo colonial. Depois do café, os produtores da cidade conseguiram adaptar as propriedades para o plantio da cana-de-açúcar.
Além da produção grandiosa de rapadura, veio também a produção de aguardente, que fez a fama da cidade. Segundo relatos de Neto Caldeira, em seu livro sobre a cidade de 1932, na década de 30, pelo menos 15 dessas fazendas produziam a bebida, chegando a destilar anualmente cerca de 100 mil litros. Entre essas fazendas, estavam a São José, a Boa Vista, a Caetê, a Barra Limpa, a São Pedro e a Paraíba. Por muitos anos, Santa Branca girou sua economia rural em torno da boa pinga. Existem nomes locais que se usam até hoje como a “santa”, ou a “branquinha”.
Ainda restam belos exemplares da arquitetura colonial deste tempo de pujança. Fazendas como a Caetê, a Gomeatinga e a Serrote estão ainda intactas. A Serrote, construída no século XIX, na estrada de Paraibuna, é um exemplo. Guarda o casarão, com muitas janelas, casa das máquinas e o terreiro de secar café.
A Chácara São João, a 2 km do centro da cidade, foi restaurada e se transformou no Restaurante Engenho Velho.
Natureza- A cidade é cortada por um bom trecho do Rio Paraíba ainda sem poluição. Uma parte está coberta pela represa de Santa Branca, desde a década de 50. Na zona rural existem ainda várias cachoeiras, como a do Putim, localizada na divisa com Salesópolis. Neste local funcionou por muitos anos a primeira hidroelétrica da cidade. Pesqueiros com restaurante fazem a alegria de crianças e também dos interessados em pescar ou passar um dia no campo. Vários sítios localizados na zona rural se transformaram em locais de eventos sociais e de empresariais.
Fazenda Caetê - Casa colonial do ciclo do café, construída no século XIX. Tem 2 casas para receber grupos, com reservas antecipadas. Estrada do Caetê, km 9.