Localização: Região Metropolitana do Vale do Paraíba
Hidrografia: Rio Paraíba, Rio Una, Rio Piracuama e o Rio Verde
Extensão Territorial: 192 km²
Altitude: 554 m
Habitantes: 41.915
Limites: Monteiro Lobato, Taubaté e Pindamonhangaba
Coordenadas Geográficas:
Latitude -22º 57’ 12’’ S Longitude -45º 32’ 28” W
Distâncias:
São Paulo 133 km
Rio de Janeiro 309 km
Campos do Jordão - 31 km
Ubatuba - 139 km
São Paulo 133 km
Rio de Janeiro 309 km
Temperatura: Média 29º C
Clima: Quente com inverno seco
No Brasil colônia, os portugueses cada vez mais se embrenhavam pelo interior de nossas terras em busca de ouro. Dentre essas explorações, Brás Cubas foi indicado para chefiar uma expedição que partiu de Piratininga em direção ao Vale, no sentido de chegar ao Rio Paraíba, pois a via fluvial era a melhor forma para alcançar o objetivo da missão.
Dentre os desbravadores, estava Jacques Felix, fundador de Taubaté, que conseguiu reunir em suas terras - Sítio Tremembé - diversos povoados. No sítio de Tremembé, viveram pessoas de enorme valor histórico na fundação de algumas cidades do Vale do Paraíba e do interior de São Paulo, dentre elas o Capitão Mor Manuel Costa Cabral.
Tremembé foi fundada em 1660 pelo Capitão Mor Manuel Costa Cabral, que possuía parte das terras do sítio. Ele ordenou que se construísse em sua propriedade uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição, então padroeira da freguesia. Em 1663, a capela recebeu a imagem do Senhor Bom Jesus, que logo teve a fama de Santo Milagroso espalhada pela região. Foi então que peregrinos começaram a surgir, e muitos romeiros acabaram se estabelecendo ao redor da capela, que com o crescente fluxo de fiéis, fez surgir a necessidade de sucessivas ampliações.
Já em 1672 fora realizada a primeira missa em celebração ao Senhor Bom Jesus de Tremembé. Criou-se então a irmandade
do Senhor Bom Jesus, que passou a zelar pelas terras que foram doadas ao santo, formando assim o pequeno povoado de Tremembé, que tinha como padroeiro o Bom Jesus.
Em 1907, três anos após a chegada dos monges trapistas a Tremembé, foi criada a Paróquia do Senhor Bom Jesus de Tremembé (desmembrada da Paróquia de São Francisco das Chagas de Taubaté) e a igreja do Bom Jesus, elevada a Matriz Paroquial, recebeu também o título de Santuário Arquiepiscopal, concedido por Dom Duarte Leopoldo e Silva (na ocasião Arcebispo de São Paulo).
Aos 23 de novembro de 1974, o Santuário do Bom Jesus recebeu o título de Basílica Menor, dado pelo Papa Paulo VI. O título expressa uma especial vinculação do templo com a Igreja de Roma, podendo usar as chaves pontifícias em seus emblemas. O título “Menor” não se refere ao tamanho da igreja (apenas as quatro Basílicas Patriarcais Romanas são chamadas Basílicas maiores).
Etimologia da palavra Tremembé: Palavra de origem Tupi, Tirime’bem ou “Tere-membé”, significa jorro, curso de água que se abranda, segundo Vitorino
Coelho Carvalho, em seu livro - Tremembé. A palavra está diretamente ligada à abundância das águas, fazendo referência aos rios e ao solo da região.
Apesar do nome anunciar muita água, Tremembé guarda atualmente pouca coisa dessa história. Existem ainda as obras de arte das bicas, como Água Santa, mas não há água potável. Depois de ver esta atração, passe pela estação de trem, que foi inaugurada em 1914. A linha da Central não passava pela cidade. Existia um tramway de bitola de 60 cm que ligava Taubaté a Tremembé, que foi suprimido quando foi construída a variante, que fez com que a linha passasse por essa cidade. Essa linha já existia em 1885. Por isso a inauguração da estação somente em 1914. A linha, entre Pindamonhangaba e Taubaté, foi desativada em 1951 com a retificação feita entre esses pontos, eliminando tanto a estação de Tremembé quanto a de Quiririm.
Depois disso, um roteiro pelo setor rural, onde estão os pesqueiros, restaurantes e pousadas como a Maristela, que funciona no antigo convento dos monges trapistas. A imagem do Senhor Bom Jesus de Tremembé é um dos patrimônios religiosos mais importantes do Vale do Paraíba, estado de São Paulo. Mais antiga que a imagem de Nossa Senhora Aparecida (descoberta em 1717), a imagem do Bom Jesus aparece já em registros do ano 1663, quando se concedeu ao capitão Manuel Costa Cabral a licença para que a imagem fosse colocada num altar da Capela de Nossa Senhora da Conceição, por ele construída em Tremembé. Esta imagem do “Santo Cristo” foi depois colocada, pelo mesmo Manuel Cabral, numa capela dedicada ao Senhor Bom Jesus, construída em 1672, no local onde se encontra a atual Basílica. Conta a tradição que a imagem foi entalhada na madeira por um velhinho desconhecido que havia aportado a Tremembé e construído uma pequena cabana nas margens do rio Paraíba, onde se encerrou, pouco saindo e com ninguém mantendo relacionamento. “Um dia o velhinho desapareceu, quase tão misteriosamente como surgira. Ninguém teve notícia de seu destino. Indo à choupana, os curiosos ali encontraram a imagem do Bom Jesus. O caso foi tido então como miraculoso e que Deus, na pessoa do velhinho, para ali trouxera a imagem.
Quando fizeram a remoção da imagem, um pequeno fio de água brotara aos pés da imagem, dando origem à conhecida “bica da água santa”. Lenda semelhante ouve-se a respeito do Bom Jesus do Livramento (Liberdade MG), onde se identifica o misterioso velhinho escultor como São José, pai adotivo de Jesus.
Quando os italianos chegaram em Quiririm, as fazendas do café estavam em decadência. A Fazenda das Palmeira era uma delas. Depois do auge, era só um grande prédio, e os último negros mestiços, chamados de piraquaras moravam ao seu redor. Foi aí que, em 13 de setembro de 1904, chegaram os monges trapistas, vindos da França. Deram ao lugar um novo nome : Bem Aventurada Maria, Maris Stella, Maristela, a estrela do mar. Mudaram a fisionomia da propriedade e começaram as atividades agrícolas. Com isso, sem saber muito bem, os trapistas acabaram sendo importantes para a recuperação econômica da região. Uma das novidades que eles trouxeram foi o arroz que, com os primeiros plantios, chamaram a atenção dos italianos que adotaram a lavoura. Foi tão bom o resultado das sementes plantadas na várzea que, em 1908, receberam a visita do então presidente do estado, sr. Albuquerque Lins. Todo o Vale do Paraíba passou a cultivar o arroz em grande escala, usando o método difundido pelos monges. Eles criaram e ensinaram os ribeirinhos a utilizar canais que regam, enxugam ou drenam os terrenos, regulando a quantidade de água na várzea O passo seguinte foi abrir as várzeas, drenar tudo e, aos poucos, formar as quadras para o plantio que continua até hoje.
O antigo casarão da Fazeda Palmeira foi derrubado, dado a suas más condições. No lugar foi construído o prédio atual, com forma de um castelo e arquitetura francesa. Depois de revolucionar a economia local, com técninas modernas de plantio, cursos práticos para os ribeirinhos e empregando cerca de 300 pessoas, os trapista começaram a ir embora em 1927. Em 1931 saiu última leva de monges e a fazenda foi vendida. Entrou em decadência novamente, se recuperando no final do século XX, quando se transformou na Pousada Maristela.
Tremembé pode ganhar a próxima santa do Brasil, cujo processo de beatificação está em fase de estudos pelo Vaticano. A Carminha
de Tremembé nasceu Carmem Catarina Bueno em Itu, no dia 25 de novembro de 1898. Seus pais foram José Theotônio Bueno,
natural de Campinas, e Maria do Carmo Bauer Bueno, natural de Itu. Sendo sua mãe muito nova, com apenas 15 anos, sua avó materna, Justina Camargo Bueno (Nhá Cota), pede para cuidar da menina e a leva para cidade de campinas.
Carminha cresce, e como todas as jovens desta idade, tem sonhos, lutas e alegrias. Conhece um estudante na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, e ficam noivos, mas este incentiva-a a aprimorar os estudos e pede que vá para o colégio Sion em São Paulo. Mas os caminhos de Deus são incompreensiveís, e neste colégio recebe a graça da vocação religiosa. Entra no Carmelo São José do Rio de Janeiro no ano de 1926, adotando o nome de Irmã Maria do Carmo da Santíssima Trindade.
É convidada por Dom Francisco Borja do Amaral, Bispo Diocesano de Taubaté, para fundar um Carmelo em sua diocese. E, em 7 de setembro de 1955, parte do Carmelo São José do Rio de Janeiro para dar início ao Carmelo da Santa Face e Pio XII em Tremembé. Faleceu em 13 de julho de 1966 e foi sepultada no cemitério do convento. Hoje, seus restos mortais se encontram numa capela anexa a capela do Carmelo.
A história da escola de Congo se iniciou em 2001, quando foi formado o “Bloco do Erê”. O bloco sempre participava e se apresentava
em eventos e desfiles de carnaval, retratando temas ligados ao meio ambiente, ecologia e cultura local. Já em 2007, com o objetivo de pesquisar e popularizar o ritmo do congo, o bloco consolidou-se e formou-se então a Primeira Escola de Congo de São Benedito do Erê. Desde então, Tremembé tornou-se uma referência na cultura do congo em todo país.
Os instrumentos musicais, os figurinos, os adereços, as fantasias e os bonecões – peças fundamentais e características dos desfiles do Erê são confeccionados pelos integrantes da escola, com a orientação de luthiers – artistas plásticos e carnavalescos. A escola ainda trabalha com a missão de criar centros de referência sobre o congo no país, realizando projetos com todas as vertentes desta manifestação cultural, capacitando jovens e adultos, inserindo-os no convívio São Benedito do Erê social, desenvolvendo a cidadania e estimulando soluções criativas e inovadoras. Rua Dona Zélia, 47.