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Por que o projeto João Rural?

É fundamental às novas gerações conhecer a riqueza da cultura caipira do Vale do Paraíba. Uma sociedade que não valoriza a sua própria cultura, que desconhece sua história, seus saberes originários, não tem identidade. Está fadada a ser oprimida ou ainda violenta, pois o indivíduo não se reconhece como parte do todo. Mata-se o amor, o respeito, a compaixão.

Esse foi o sentido, até quixotesco, da jornada de João Evangelista de Faria aqui na Terra. Nascido em 1951, faleceu em junho passado. Teve uma vida dedicada à defesa, preservação, fortalecimento e divulgação da cultura caipira. Em 40 anos de pesquisa, reuniu um acervo de 300 horas de vídeo e filme 8mm, 70.000 fotos e 7.000 páginas estimadas em livros, jornais e revistas, em que foi fotógrafo, redator, revisor, diretor, editor, tal como fez em diversos programas para a televisão. Um homem multimídia.

O material reunido traz a história da região do Vale do Paraíba da última metade do século passado e início do século 21, com um olhar sempre voltado às tradições, expressões culturais, história, culinária, do homem do campo. Ainda teve sempre especial carinho pelo Rio Paraíba do Sul, voltado à sua preservação material e imaterial. O que o levou ao desenvolvimento de diversos projetos, os quais, desde 2007, contaram com apoio da Petrobrás: guias, documentários, livros, curta-metragem infantil, história em quadrinhos. Muito mais ficou inacabado. Esse material foi doado em vida ao Instituto Chão Caipira, criado pela família do pesquisador, e que agora tem a missão de publicar e preservar esse acervo.

Para o historiador Francisco Dias de Andrade (UNICAMP), o trabalho de João Rural dá sequência ao do pesquisador Carlos Borges Schmidt (1908-1984), hoje pertencente ao Museu da Imagem e Som, na cidade de São Paulo, e que constitui o principal registro da vida rural da região na época imediatamente anterior à forte urbanização. Nas palavras de Andrade, se hoje a região do Vale do Paraíba ocupa local de destaque no panorama cultural do estado, é porque João Rural provou-se certo contra os vaticínios pessimistas que davam como morta a cultura do homem rural em nosso estado durante boa parte de sua jornada.

Essa é a importância do projeto “João Rural”, selecionado pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do edital 41/2015 do Programa de Ação Cultural da Secretaria da Cultura. O Instituto Chão Caipira, herdeiro do legado cultural de João Rural, dirige esforços para a organização, catalogação e preservação do acervo, em especial para fins acadêmicos. A partir daí, pretende-se ampliar o acesso às imagens, vídeos e textos, por meio da disponibilização de material na internet.

Objetivo Geral

Início do processo de preservação e publicação de acervo do pesquisador João Evangelista de Faria (1951-2015), conhecido como João Rural, doado ao proponente.

Objetivos específico

 Criação de site para pesquisa de 150 horas de vídeo, 10.000 fotografias e 2.000 páginas de texto;

 Popularização do site como ferramenta de pesquisa para educadores, estudantes e pesquisadores em geral; e

 Valorização da cultura típica caipira, gastronomia, história, tradições, festas, modo de vida e expressões artísticas.