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Região Rosário

Esta matéria foi escrita por João Rural na Revista Nascentes nº 01 Outubro de 2000

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No dia 2 de novembro é hora de reverenciar nosso entes queridos que já se foram. Como todos, o cemitério de Paraibuna recebe muitos familiares, tornando a entrada local um encontro de velhos conhecidos. Além desse reverenciamento, nosso cemitério tem ainda outra atração que já virou folclore nacional. A frase do portão que todos conhecem, já foi personagem de dois filmes. Noites de Iemanjá, na década de 60 e agora o filme documentário do cineasta Masagão.

A frase foi colocada por um padre, no começo deste século, com o objetivo de lembrar aos católicos que os mortos precisam sempre ser reverenciados com rezas. Com o tempo a frase colocada no portão acabou ganhando outra interpretação, Folclórica é claro e se tornou uma marca da cidade, citada por muitos que por aqui passaram ou passam.

“Nós que aqui estamos por voz esperamos” quase foi retirada do local, sendo até tampada com madeira, mas o bom senso acabou vencendo e ela continuou lá.

A partir da década de 50, começou sua difusão com o asfaltamento da estrada para Caraguatatuba, o movimento de turistas aumentou significativamente. Um dos pontos da parada era nos bares que existiam em frente ao cemitério. No inicio da década de 60, um acidente com dois aviões encheu o cemitério de vitimas.  Com elas veio a imprensa que deparou com a frase e divulgou a para todo o Brasil.

Recentemente o cineasta Marcelo Masagão batizou seu documentário que mostra imagens de morte com a frase. O filme participou do Festival de Cinema de Gramado, onde foi premiado. Colocou no filme imagens do cemitério e do portão, encerrando sua obra. A inspiração do cemitério veio de suas passadas por Paraibuna, onde tem parentes na família Camargo.

Em suas entrevistas ele nunca contava onde tinha tirado a frase, mas acabou falando no programa do Jô Sares no SBT.

A história

A frase do portão do cemitério de Paraibuna foi inspirada na realidade em outra frase que é comum nos cemitérios de Portugal:

“NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VOSSOS OSSOS ESPERAMOS”

Portão do cemitério de Paraibuna
Portão do cemitério de Paraibuna